Blog protegido: Art. 5º, X da CF/88 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

sábado, 25 de junho de 2011

Tic tacs



Pensar que os reencontros aliviarão a dor não dá exatidão. Eles podem simplesmente ser meros reencontros: de aperto de mão, abraço e um simples “oi tudo bem?”. Mas de conversas íntimas pra acertar todos os pontos do relógio, não, nem sempre. Os clicks, tic tacs e tudo mais que causam a ânsia de acertar todos esses ponteiros do relógio da vida confundem: devemos falar mesmo, e tentar concertá-los, ou devemos deixa-los ali, mesmo sabendo que estão desmantelados e que esses desmantelos nos afligem muito?

Eis que me encontro entre o passo de permanecer calada, e o de esperar: se encontrar, num desses encontros casuais, sem marcas e horário certo, eu falo? Eu falo tudo o que me vier pela cabeça e goela? Digo que não está certo e que precisa ser de tal forma a tudo ficar bem e eu me sentir feliz? Ou se não encontrar: o que faço? Espero, espero, enquanto esses tic tacs ensurdecedores atrapalham todas as minhas convicções de berço e até a minha esperança? E existe tempo certo? Qual é esse tempo, será que tenho mesmo que esperar? Na minha mente não consta nada em relação a futuros adiados, e quando o assunto remete a algo do coração, nunca fui de deixar o que posso, e nesse caso, PRECISO fazer hoje, para fazer amanhã. Odeio joguinhos, se eu quero ligar, vou lá e ligo. Se quero dizer ”preciso de você”, também, e com maior intensidade. Desde que me deem oportunidades, a vida eu transformo ao meu compasso. Não deixo fugir nenhuma vontade de minha mão.

Sobre o controle da situação quero sempre estar, não que seja descabido de dar-te o teu espaço: dou-o, fique a vontade, fale o que quiser, expresse-se quanto tempo for necessário, mas, por favor, me diga tudo, com a sinceridade mais pura que você já teve, me garanta que dá certo ou que não, de forma alguma, dará. E eu recuo, a gente se afasta. E à medida que o tic tac bater, talvez eu esqueça. Outro perigo. E se eu esquecer, tenho um pedido, por favor, não volte!

Mas aí, você volta, tem que voltar, afinal, a vida é feita de montanhas russas e o relógio é redondo, em ciclos... E então, nessa de acertar os ponteiros do relógio, eu tenho uma alternativa além de concertá-los: quebrar. Parar de construir fantasias! Então eu me pergunto: sou mesmo capaz de fazer isso? E logo caio na minha triste realidade de sonhos confortáveis e de amores possíveis: não, não o sou. Não sou capaz de demolir essas fantasias que me outrora fazem tão bem, embora me confundam. A conclusão é a seguinte: mesmo que a gente saiba que tem que parar aquilo, quando em algum momento nos fizer bem, a gente não para, a gente não deixará por nada parar essa coisa que sentimos ou que “bem dizemos” sentimentos! Só deixaremos os ponteiros do relógio oscilarem. Surge então um cuidado: eles podem oscilar tanto, que podem chegar a pifar! Quando chega aí, com a ausência a gente tem que se acostumar! E aí é que tá!

Karoline Alves
P.s: Escrito em 24/06/11

2 comentários:

  1. Amei, Karol ! Não preciso nem dizer que sou uma assídua visitante daqui, né?! (:

    ResponderExcluir
  2. Aninha, que bom ver você aqui!Muito obrigada, querida! Fico contente demais por ter gostado! ^^:)

    ResponderExcluir

Muito obrigada pela sua presença!Fica com Deus :)