Blog protegido: Art. 5º, X da CF/88 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Amor Amigo Querido



" A amizade é um meio-amor, sem algumas das vantagens dele mas sem o ônus do ciúme – o que é, cá entre nós, uma bela vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar, é poder criticar, é poder apresentar namorado ou namorada, é poder aparecer de chinelo de dedo ou roupão, é poder até brigar e voltar um minuto depois, sem ter de dar explicação nenhuma. Falo daquela pessoa para quem posso telefonar, não importa onde ela esteja nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer: "Estou mal, preciso de você". E ele ou ela estará comigo pegando um carro, um avião, correndo alguns quarteirões a pé, ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for. Pois o verdadeiro amigo é confiável e estimulante, engraçado e grave, às vezes irritante; pode se afastar, mas sabemos que retorna; ele nos agüenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser melhores: como o verdadeiro amor."
(Lya Luft)

"Nós sempre precisamos de amigos, gente que seja capaz de nos indicar direções, despertar o que temos de melhor e ajudar a retirar os excessos que nos tornam pesados. É bom ter amigos. Eles são pontes que nos fazem chegar aos lugares mais distantes de nós mesmos."
(Pe. Fabio de Melo)




"Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão."

(Pedro Bial)





(: (: (: Beijos ,Bazzingaaaa!

Pe-tu-lan-te.



Discutíamos. Momentos como este que que articulam grande força e intensidade, nossos acalorados debates, me marcam sempre a memória – já tão defasada, um tanto elefântica: enorme pro que realmente interessa. Entre punhos pressionados com força de onde poderia vir um golpe certeiro, gritos que transpassavam cozinha, a sala e o seu quarto, bem no meio dos olhos, como costumavas me olhar, proferiu: Sua…Sua petulante.

Pe-tu-lan-te. Que poderia ser nominada doente, louca, demente ou grossa, mas não. Uma petulante. Pétala ambulante? Uma personificação errante pra esses meus erros banais e corriqueiros: um pedaço de flor, caído ao chão sem se mover, derrubado pela própria impetuosidade. Foi como me senti ao quase beijar teu tapete, deitada no chão que já conhecia meu corpo inteiro; apenas junto ao seu, sob o brilho das estrelas quando a janela aberta, e o zelo das cortinas, no rigoroso inverno.

Perplexa, sim, permaneci. Sentada à cama, sem ação, nem revide. Vendo sua raiva de mim partir com você e sua carteira no bolso, a chave do carro em mãos. Os passos largos, apressados. Porta batida, estrondo. Sabe se lá para onde ia, imagino que, qualquer lugar longe dessa minha arrogância de viver que não consegue nunca calar o pensamento, ou o que sinto. Foi nesse meu atrevimento que o obtive. E aparentemente, na mesma ousadia de viver sem nunca me subjulgar, também estava nítido que perderia o que havia conquistado: você.

Recolhida na fúria de ser este mar singular onde se afogam os despreparados, e navegam os apreciadores de grandes venturas, abracei as pernas e chorei como criança perdida no mundo, desencontrada de pai e mãe. O desconsolo de não me resguardar, e com audácia, agir sem nem ao menos tentar um acordo com o pensamento. Eu é quem erro e prenuncio todas atitudes alheias, julgo quaisquer fatos que à mim não dizem nem respeito, tão pouco razão. Pronta sempre para o ataque, essa foi a última de nossas tantas discórdias. Da qual ainda tento fragmentar e esmiuçar, para que talvez compreenda onde que o erro encontrou falha, e nos fez cair para dentro. Nessa desgovernação que me acomete, e que nem entendo; apenas sigo. Foi a petulância em si, ou uma gota dessa água que ameaçava cair há tempos, e nunca víamos ruir?

Ao refazer o caminho da dança que foi o fogo de nossa luta, algum vestígio que fosse do que poderia salvar a minha culpa de ser vilã, para se tornar sua companheira do seu crime (quem sabe, noiva). Arco com o prejuízo de estar certa, para obter a glória de você de novo num jantar dos nossos, acordar ao seu lado e pensar: a vida é justa quando fazemos valer a pena cada fração de segundo. Até largo fora a cara de ser insolente, e amolecer a diretriz dessa minha urgência, para que depois do perdão, revigorados voltemos um ao outro: em paz, e com muito amor.

Chego a pensar que se lutamos, é para ter o sabor ácido e simultaneamente doce de fazer as pazes mais tarde. Petulante ou não, insuportável ou de TPM: você, a paciência enorme que acaba transbordando porque eu canso sim, mas recompenso. E bem. Tanto que a campainha toca, vejo flores no que deveria ser a sua face – agora, também arrependida – e abraço você com a ternura de quem segura o maior prêmio nos braços: o nosso amor como vencedor. Se te desculpo? Acho que te amo.

Camila Paier
Pessoal, os créditos fazem jus a uma guria extremamente profunda: Camila Paier! Esse é só o primeiro de muitos textos que postarei aqui dessa magnífica guria! Espero que gostem . Deixo a dica: visitem o Blog CALMILA, eu amo!
P.S.:: reconheçam sempre os direitos autorais, hein?
Beijinhos, fiquem com Deus! :)

domingo, 29 de maio de 2011

Metades

"porque, há muito, eu erro a mão. a dose. esqueço a receita do equilíbrio. o quanto uso das partes que brigam dentro de mim. há muito, eu me confundo. porque metade não tem medo e levanta os braços, na descida da montanha-russa. olhos abertos, enquanto outra acha melhor enfrentar a queda com as mãos na barra. segurando forte. espremendo os dois olhos, fechados, desde o começo do percurso. metade prefere brincar na beira da praia. no raso. enquanto outra não vê problemas em pular dezenas de ondas e nadar onde a pequena bandeira vermelha, agitada pelo vento, avisa sobre o risco. sobre o possível afogamento. porque, há muito, eu erro a receita do equilíbrio. uso a parte que não deveria na hora em que não poderia. me confundo com as metades que brigam dentro de mim. porque parte acelera na estrada, no momento da curva fechada. pé direito até o fim, enquanto outra freia, bruscamente, ao ver a primeira placa. seta torta, avisando sobre o perigo. metade não suporta a burrice, a pequenez, a lerdeza. outra, sempre calada, tolera a banalidade. engole a ignorância. convive com a mediocridade. há muito, eu erro a mão. a dose. me confundo com o que devo usar. porque metade briga. explode. dedo apontado na cara, enquanto outra se recolhe, quieta, debaixo da cama. no quarto fechado. no tudo escuro. metade berra. outra sussurra. tenho uma parte que acredita em finais felizes. em beijo antes dos créditos, enquanto outra acha que só se ama errado. tenho uma metade que mente, trai, engana. outra que só conhece a verdade. uma parte que precisa de calor, carinho, pés com pés. outra que sobrevive sozinha. metade auto-suficiente. mas, há muito, eu erro a mão. a dose. esqueço a receita do equilíbrio. me perco. há dias em que uso a metade que não poderia. dias em que me arrependo de ter usado a que não gostaria. porque elas brigam dentro de mim, as metades. há algumas mais fortes. outras ferozes. há partes quase indomáveis. metades que me fazem sofrer nessa luta diária. Não deixar que uma mate a outra."

Eduardo Baszczyn

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adeus

- Não é que eu queira ir embora, mas já não consigo ficar.
- Eu preciso que tu fiques. Eu...
- Não. Não precisa. Coisas simples teriam bastado pra que eu ficasse, mas nada foi feito e não bastou.
- E se eu te disser tudo que tenho calado? Todas as palavras que esqueci de enviar? E se eu te disser que não posso presenciar o destino, ou o que quer que seja, falhar novamente?
- E se tu disseres as palavras que eu sempre quis escutar, vou dizer que as falaste tardiamente. Teus intentos serão compostos de esforços inúteis, porque já não preciso ouvir. E inutilidade maior que a de um monólogo não há.
- Lembra de quando eu te perguntei se teria que lutar sozinho para que tu ficasses? Luto de novo. Conserto, reparo, reinvento. Demorei, mas voltei. Me deixa tentar?
- Te deixo. Tô te deixando pela primeira vez, mas é a segunda que tu me perdes.
- Tu disseste que seríamos pra sempre. Eu te marquei em mim. Tu estás pronta pra ir, eu sei, mas pra mim isso não é o fim.
- Eu te marquei em mim também. Mas não na pele, além e mais irreversivelmente. Não sei onde começou isso que me nego a chamar de adeus, mas se parece muito com um. Tampouco sei se vai continuar. Mas das raízes que fomos um dia já não florescem belezas, não há quem regue.
- Nossa eternidade não pode se reduzir a um par de anos. Imaginei um "pra sempre" amplo, vasto... Eterno. Mas tu pareces preferir assistir a nossa morte à tentar ressurreição.
- O que aconteceu foi que pulamos de um trampolim rumo à direções opostas e esse abismo é insustentável. Nos creía maiores, melhores, sagrados. E essa pequenez tem me nocauteado.
- Sei que falhei, sei que faltei. Mas ainda te guardo em mim. Não quero me tornar uma lembrança póstuma, não tô pronto pra ser enterrado. É uma agressão contra o que somos e sempre fomos.
- Não quero ter que presenciar outra ausência ainda mais ausente. Cansei. E a dimensão do meu cansaço é maior do que o teu entendimento admite. Dói, confesso. Mas já doeu mais e cedo já não doerá.
- Eu não vou te pedir nada, mas, se acaso tu perguntares: por ti não há o que eu não faça. Eu vou guardar inteira em mim essa casa que tu queres mandar pelos ares. Vou reconstruí-la em todos os detalhes intactos e implacáveis. Como um dia tu cantaste pra mim.
- Eu guardo em mim. Vou sempre guardar. Mas nossa exatidão não combina e nossos ponteiros se desencontram sempre, não tô mais disposta a esperar. E pode ser que realmente sejamos pra sempre, é só que hoje não tenho motivos pra acreditar.

Texto de Amanda Arrais no blog 404aa 
PERFEITO! *-*

Mulher



Canção das mulheres

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft

Eu sei, chega !



“Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega.”



Caio Fernando Abreu.

Entre redes desarmadas e caminhos tortuosos

Transito
entre redes desarmadas e caminhos tortuosos.
Almas vivas, amantes, no tapete,
aos beijos, refletidos.
Encontro
o desejo por quem nunca deixou de ser.
Cúmplice
na montanha high tech que insiste em permanecer.
Entre
palavras: ora letras, ora insanidades psicografadas.
E fazem tudo parecer oração para affairs não consolidados, seguida de rituais de culpas apontadas e cobranças subliminares.
Mas (nunca um "mas" fez tanto sentido), na minha infinidade de lugares comuns, busco ainda o brilho adolescente nos olhos.
Já nem encaixo mais.
Finjo
e luto.

Autoria de Raquel Galvão no blog Outra Primavera

domingo, 22 de maio de 2011

Um copo de água

"Eu mastigava com culpa cinco daquelas bolinhas de amendoim. Não era culpa, era ansiedade. Não, era tédio. Minhas amigas conversavam longamente sobre algo que não me interessava nem por um segundo. As chatices do marido, as chatices do trabalho, as chatices do trânsito. Minha vida não é chata. Desde muito novinha decidi que minha vida não seria chata. Eu inventaria um trabalho, uma casa, um dia, um modo, um jeito. E inventei. As festas na Carol sempre tinham comidas incríveis mas, naquele dia, eram só bebidas. Eu não bebo. Quer dizer, agora, de vez em quando, comecei a beber só porque entendi quando me falavam que sem álcool é tudo muito pior. Então passei a beber pouco. Uma taça de vinho? Mas naquele dia eu não podia beber porque não tinha comido e também porque não estava a fim. Eu estava a fim de ir embora. Voltar pra minha vida que não era chata mas ficava chata quando percebia que eu tinha uma vida dentre todas aquelas vidas que se faziam perceber. Olhei pra porta. Ela abriu e você chegou. Eu não te via há 3 meses e alguns dias. Foi então que o narrador do meu cérebro pigarreou e mudou o tom. Eu me narro tudo desde que me tenho por cérebro. Como se o tempo todo eu me contasse e contasse o mundo. Para ver se eu existo e se o mundo existe. Para ver se eu me suporto e se suporto o mundo e se o mundo me suporta. É insuportável, mas o tempo todo minha cabeça narra tudo. Minuciosamente, detalhadamente, dolorosamente. O tempo todo eu cavoco o segundo, o pó, a pele, o que se diz, o que se parece. Tentando narrar o mais profundo do profundo do que eu poderia narrar. Só pra responder o mais profundo do profundo do que eu poderia perguntar. Então o narrador começou dizendo assim "e então ele entrou por aquela porta". Você entrou por aquela porta. Eu apertei o braço da Fernanda: "é ele! Ai, meu Deus, é ele". Quem, Tati? Ele. Mas qual dos "eles"? Você tem tantos "eles", Tati. O último. Você era o último homem que eu tinha amado e, portanto, o "ele" da vez. Com seu cabelo alto, largo, rococó. Eu amo seu cabelo. Amo os cachos mais brancos que parecem ornamentos rococós para suas orelhas. Os puxa-sacos te abraçam. Eu percebo quem gosta de você e quem só te abraça porque um dia pode precisar de emprego. Alguns te abraçam gostando de você. E então eu fico feliz, porque eu gosto que gostem de você. Porque você é o tio da Lia, a bebezinha que pensa muito antes de rir pra qualquer bobagem. Você é o cara que, quando foi embora, me deixou sentindo uma dor bem enorme, mas eu gosto de você, você não fez por mal. Seu mal nunca foi por mal. Então, eu gosto que gostem de você. E o narrador me narra seus tênis sempre tão publicitários. Seus pés gordinhos e pequenos e tão perfeitos pra carinhos. E narra sua roupa de chefe descolado. E narra o segundo em que você me percebe na festa e cochicha no ouvido do seu amigo alto. E narra todas as infinitas vezes em que você passou por trás de mim, esperando que eu me virasse e concordasse com seu "oi" cordial. Preferindo que eu não me virasse, assim você podia não sentir essas coisas complicadas todas que sentimos juntos. Então, cansada de te narrar, chamei firme seu nome, com um sorriso maduro. Mordendo a língua que tremia batendo no céu da boca. Minha língua, quando te vê, quer logo te dizer coisas lindas e assustadoras. Então é uma luta prendê-la no céu, deixando na terra apenas meu cordial "oi" que você queria sem querer. Então fomos pegar água. Brindamos com a água. Você com sua mania de conversar quase dentro da minha cara. Eu vesga de te ver tão perto. Seu charme míope e inseguro. O menino inseguro que conversa colado na minha retina. Que insegurança é essa? Eu não te pergunto nada, apenas desejo tanto você que sorrio como se não me importasse com sua existência. Mas você resolve se explicar mesmo assim. Porque "seus olhos estão sempre me perguntando algo", você diz. E você começa sua loucura que me faz gostar ainda mais de você. Empurra a palma contra o peito e diz "eu gosto assim, Tati, fechado, protegido, eu gosto". Então você olha para o meu copo d'água e diz: "eu sou só um copo d'água, mas você ficava me olhando e pensando nas bolhas e nos gelos e nos canudinhos e na transparência e se a água era isso ou aquilo. Água é só água, por que você complica a água, Tati?". Então apagaram a luz e eu quis me esconder dentro do seu paletozinho de publicitário descolado e ouvir suas batidas descompassadas e embaladas pelo seu cheiro de alma boa. Mas você pegou na minha mão e continuou dizendo que uma mão, muitas vezes, é apenas uma mão. Mas que eu insistia em enxergar os buracos entre os dedos, os anéis que separavam os dedos, a dor da separação dos dedos, a gota da bebida gelada entre os dedos. E que você não poderia suportar isso. A maneira como eu te olhava. Vendo mais, inventando mais, complicando mais. E eu quis te dizer que tudo bem, eu seria uma menina simples. Eu mataria meu narrador, minhas possibilidades, meus mundos, minhas invenções. Só de ver seus cachos mais grisalhos e rococós ornando seus medos e superficialidades eu desejei não ser mais eu pra ser qualquer coisa que pudesse ser sua. Mas enchi meu peito surrado e murcho de coragem e te disse que, infelizmente, onde você era apenas um copo d' água eu era a tempestade."

Tati Bernardi

sábado, 21 de maio de 2011

Decifrar

"As pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra."

Caio Fernando Abreu

Insanidade


Meio amargo.
Assim como me sinto: um ponto de interrogação bem estranho, bem profundo aqui dentro. Jurei melhorar, mas a recaída é algo particularmente inevitável de um conjunto de sensações como eu: fraca. Deixo minha mente vagar pensando coisas absurdas... Loucura, talvez fosse. Um “dom” de ser insana, de ter pensamentos provindos da mais diversa saudade: seja de amor, de uma amiga, ou de uma irmã.

E, sem arrependimentos, neste contraste da minha vida, sigo. Inconstantemente: um dia ando com duas garrafas de Ice por dentro e cinco de café por fora, passando despercebida a minha desarrumação interior a qualquer outra pessoa; só mostro uma fortaleza por fora. No outro, desarmo-me completamente, e pinto arco-íris nas mais completas bobeiras: riu, riu muito alto, dou gargalhadas, que não me convém ressaltar o espírito esquecido da amargura, da saudade que ainda lateja.

Enquanto isso, seguem os meus arrepios e devotos, os mais sinceros possíveis e, invisíveis, pois ninguém consegue me entender.

Distantes passos: tem sempre uma parte na ida e na vinda que caminho sozinha- eu e meus loucos pensamentos de saciar a vontade de encontrar aquele ser de novo e lhe dizer um monte de coisas , as mais amorosas possíveis. Deixo quieto.

Chego finalmente em casa, caio no sofá e esvazio minha mente- uma bolsa cheia de frustrações. Por fim, concluo. Ninguém consegue entender essa minha insanidade: “ela hoje tá louca”. Você entendeu? Provavelmente, não. Não são algumas palavras que me definem e jamais conseguirão definir um estado emocional que nem eu consigo.
E é neste ponto de interrogação que vou. Mas, por favor, “deixa a minha insanidade, é tudo o que me resta”.
Karoline Alves

Tudo Bem

Tudo Bem

Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver

Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão

Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
tudo bem

Já não tenho dedos pra contar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão

Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem


Composição : Lulu Santos / Nelson Motta

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sei sentir, mas só

"Uma coisa que eu aprendi muito cedo na minha vida foi a ser só. A melodia morosa de Marcos Vale e Paulo César Vale nunca foi o samba enredo da minha vida. E, agora, depois de cabra véia e passada na casca do alho, como se diz por aqui, é que não será.
Aprendi a ser sozinha nos primórdios, ainda criança, quando na festa do dia dos pais da escola eu mesma tive que ir lá à frente da mesinha pegar o presente do meu pai porque confundi o dia da festinha e esqueci de faltar a aula. Aprendi a ser só durante a noite, quando minha mãe fazia faculdade e eu fingia que estava dormindo esperando caladinha a hora dela chegar. Aprendi a ser sozinha quando resolvi fugir de casa depois de uma grande briga de família, e, ainda que tenha voltado dois dias depois, o frio na barriga e o desespero da desproteção me fizeram levantar a cabeça e enfrentar a rua sozinha. Aprendi a ser sozinha quando me apaixonei por um garoto na escola e tinha muito medo que ele descobrisse que eu gostava dele. Ele era tão simpático, sorria pra mim na hora do intervalo e eu me apaixonei. Mas, aprendi a ser sozinha, quando ele passou na minha frente namorando a garota do Ensino Médio. Ah, também aprendi a ser sozinha quando perdi por meio milésimo de segundo a medalha de ouro em natação na especialidade que eu treinei o ano inteiro; perdi a medalha por meio milésimo de segundo nadando costas e não era a dor de ter perdido a medalha, era a dor de ter perdido no estadual para aquela menina que me soltava piadadinhas porque eu não era magrinha como ela. A solidão neste dia doeu. Aprendi a ser sozinha trancada no meu quarto, ouvindo o que eu gosto de ouvir, lendo o que eu gosto de ler. Aprendi a ser sozinha me dando prazer. Aprendi a ser sozinha viajando, correndo, falando, sozinha. Rá também aprendi com as futilidades, nas horas vagas que não tinha com quem brincar, conversar, beber. Aprendi a ser sozinha me decepcionando com as pessoas e jurando em lágrimas diante do espelho que nunca mais ia acreditar em ninguém e, quando menos esperei, me flagrei sorrindo sozinha por estar acreditando mais do que deveria em todo mundo. Aprendi a ser sozinha nas dores de amor. No medo do novo amor quando está chegando e no desespero do ex amor quando está partindo. Aprendi muito com a solidão acompanhada. Com a solidão durante o abraço, durante o beijo, durante. Aprendi que a solidão não tem nada a ver com a multidão de quem se tem ao redor e sim com a presença única e insubstituível de quem se tem distante. Aprendi que muitas tardes ensolaradas não me valeriam de nada se o outro dia não amanhecesse. Aprendi a ser só sendo amada, quando soube que o meu amor deveria ser independente do amor do outro. Aprendi a ser no silêncio, no barulho. Na falta de companhia no leito do hospital. Aprendi a ser só nas melhores situações. Nas piores aprendi. Aprendi tanto a ser só que tem horas que me abandono e nem me sinto falta. Aprendi e ainda me sinto. Mas sei sentir. Só."

Texto de Larissa Gabrielle no Blog "Laris."

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Seguir em frente: não desanimar!



Dificuldades

Recebe cada provação sem revolta nem desânimo.
Procura enxergar o outro lado da dificuldade, a traduzir
mensagens para o espírito.

Doença no corpo - pausa para meditação.
Problemas na família - oportunidade de reajuste.
Obstáculos naturais - exercício para a alma.

Toda dor tem seu lado positivo.
Não te deixes levar pelo desânimo e segue para frente.
O objetivo de toda dificuldade é renovar a alma,
a fim de elevar o ser às esferas maiores.

Amanhã, quando esta dor passar,
estarás mais forte e mais sensível,
compreendendo melhor o amor e a sabedoria!

NO SOLO DA VIDA
A alma humana é como determinado trato de terra à espera do cultivo adequado.
Para muitos, esse será o momento de remover pedras e calhaus, no abençoado trabalho de purificação, traduzidos nas provas dolorosas e expiações redentoras.
Outros, começam a abrir os sulcos renovadores, a fim de recolher as sementes do Bem.
Não faltam, ainda, aqueles que, após longos períodos de renúncia e dedicação, em que muitas vezes regaram com suor e lágrima a lavoura das virtudes, oferecem, agora, os frutos do amor colhidos da própria alma.
Mas, também, há quem ainda se encontre inerte perante a própria consciência, entregando-se à praga do egoísmo e à erva daninha das viciações.
Se desejas paz por dentro, faze uma pausa na caminhada e examina como tens cultivado a tua alma. Recorda que, a qualquer momento, podes usar o arado da vontade, a fim de melhorar o teu solo espiritual, alcançando, depois, a colheita justa do teu esforço no Bem.

(Scheilla /Clayton B. Levy)
P.S: Sei muito pouco sobre os autores, consegui descobrir que Scheilla é uma freira, mas só. Clayton B Levy não sei!
E é isso: superação é o que estes dois textos me passam. A dor imensa talvez um dia chegue batendo em nossa porta. Ela entra, mas não pode permanecer dentro de nós! Sejamos fortes e tenhamos muita fé!
Bjoos,fiquem sempre com Deus,sempre!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Distância sentimental

E só o tempo voa... Eu, vou na valsa. Acompanho os passos da vida, sem pressa. Enquanto você? Não sei. Gostaria. Perigoso mistério: não saber onde você se encontra, não escutar sua voz sempre, não conversar. Não pode ser assim, não é pra ser assim. É preciso presença; é preciso o toque, o cheiro do perfume, a mão no cabelo, ou ao menos a voz, mesmo que do outro lado da linha. Não pode haver distância emocional, sentimental. Caio Fernando Abreu disse: “Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é”.
Entende? Não quero que fique longe do coração, mas à medida que o tempo passa, vou me confortando com essa extensão considerável entre nós: ausência. Isso, ausência, mas sua, não minha. Eu estou aqui, esperando por uma posição sua, mas você não atina; e não me encontra, claro, pois não me busca. Como disse, estou esperando, mas a cada dia vou me acostumando mais com sua falta de expressão em minha vida. Desprezível: sou eu pra você. Fato que infunde tristeza. Mas já passei dessa fase, estou, agora, não me importando mais. Quem quer, corre atrás, não é mesmo? E não tem isso de timidez, se tiver alguma coisa aí, é baita insegurança: dúvida se realmente (me) ama/quer ou não. Decida-se, essa parte é a mais fácil, e fica com você. Enquanto eu, continuo no ritmo lento, vou vivendo, mas quem espera, um dia cansa tá? Então não abusa! Torne-se visível, manifeste-se.
Karoline Alves
Beijinhos ;**

terça-feira, 17 de maio de 2011

Paraíso: bem difícil de acreditar

Heaven- Bryan Adams (Tradução)
Oh! Pensando em nossos tempos de juventude
Só tinha eu e você
nós éramos jovens, selvagens e livres

Agora nada pode te tirar de mim
Nós já estivemos naquela estrada antes
Mas agora já acabou,
E você continua voltando pra ter mais

Meu bem, você é tudo o que eu quero
Quando você está aqui deitada em meus braços
Eu acho isso difícil de acreditar,
Estamos no paraíso
E o amor é tudo o que eu preciso
E eu o achei aqui em seu coração
Não é tão difícil enxergar,
Estamos no paraíso

Oh, uma vez na sua vida você acha alguém
Que irá fazer seu mundo virar
Te colocar pra cima quando você sentir pra baixo

É, nada pode mudar o que você significa pra mim
Oh, tem muitas coisas que eu poderia dizer
Mas só me abrace agora,
Porque o nosso amor irá iluminar o caminho ...

Eu estive esperando por tanto tempo
Por alguma coisa que chegasse
Por um amor que viesse junto
Agora nossos sonhos estão se realizando
Através dos bons e dos maus momentos
É, eu estarei lá por você

Meu bem, você é tudo o que eu quero
Quando você está aqui deitada em meus braços
Eu acho isso difícil de acreditar,
Estamos no paraíso
E o amor é tudo o que eu preciso
E eu o achei aqui em seu coração
Não é tão difícil enxergar,
Estamos no paraíso

Paraíso...Oh
Você é tudo o que quero.
Você é tudo o que preciso.  

Ah,essa música é divina, não é mesmo? Amo escutá-la, além de ter uma tradução linda, embora bem difícil de acreditar nos dias de hoje- tipo você conseguir encontrar sua alma gêmea ou o homem perfeito- ela me passa uma tranquilidade imensa... Enfim, vale a pena vocês escutarem, garanto!
Beijinhos ^^

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sensação estranha


Sensação estranha: parece que eu "quero" deixar tudo em que acreditei de lado. ''Quero", isso mesmo, entre aspas: não é que queira, é que preciso! Preciso jogar fora esses pensamentos abusivos que me consomem; preciso jogar pro alto toda essa indecisão que me atormenta; preciso me decidir! Eu vou continuar insistindo que tudo é uma fantasia,que tudo não passa de uma brincadeira; ou que tudo é maravilhoso, mesmo com incertezas e inúmeros concretos fazendo barreiras ?
Não sei. Digo, não quero pensar, mas é preciso. Repito: preciso! Posso descobrir milhões de coisas sobre o seu passado, mas quero enxergar o presente: eu e você. Quero enxergar o futuro : nós juntos! Mas esse frio no peito desacelera qualquer ideia positiva. Penso: não posso pensar em você. Regrido: tenho que pensar em você, é uma ordem do meu coração! E aí? Vou continuar assim, na dúvida? Não quero. Preciso de você, mas não há agora... só o tempo voando.
Karoline Alves
Beijoos

Vale a pena!



"Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça. Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.
Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros. Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música. Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música. Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações. Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou. Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado:ainda não chegou o fim”. Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia."

Aristóteles Onassis

sábado, 14 de maio de 2011

BRILHO

"Come on let your colors burst"

"Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados. Nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos demais. É nossa sabedoria, não nossa ignorância, o que mais nos apavora. Perguntamo-nos: 'Quem sou eu para ser brilhante, belo, talentoso, fabuloso?' Na verdade, por que você não seria? Você é um filho de Deus. Seu medo não serve ao mundo. Não há nada de iluminado em se diminuir para que outras pessoas não se sintam inseguras perto de você. Nascemos para expressar a glória de Deus que há em nós. Ela não está em apenas alguns de nós; está em todas as pessoas. E quando deixamos que essa nossa luz brilhe, inconscientemente permitimos que outras pessoas façam o mesmo. Quando nos libertamos de nosso medo, nossa presença automaticamente liberta as outras pessoas." (Nelson Mandela)

Hoje estive pensando. Certa vez disseram-me o seguinte: "Onde quer que você vá, Karolzinha, você vai brilhar, porque o brilho é seu!" Essa foi uma das frases mais lindas que já ouvi em todos esses 17 anos; O BRILHO É MEU, não há ninguém que possa ofuscá-lo.
Sempre gostei de estrelas, pois sou assim: gosto de brilho, gosto de intensidades. Mas, às vezes, tenho medo, como ser humana "normal" que sou, e pensando nesses medos, lembrei-me dessa frase, jamais a esquecerei, jamais esquecerei isso: O BRILHO É MEU, ONDE QUER QUE EU VÁ, PELO QUE EU PASSE, PELO QUE EU VIVA,SOFRA,SORRIA, O BRILHO É MEU E ESTARÁ SEMPRE COMIGO! ORAS, É MEU! EU TENHO O MEU BRILHO. E cara (o) leitora (o), digo o mesmo a você: Você TEM UM BRILHO. Não o percebe? Então você é incapaz de se sentir! Talvez seja mais do que hora de você se autonomear ESPECIAL, especial sabe pra quem? PRA VOCÊ MESMA (O)! Karoline Alves

Beijos, fiquem com Deus!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quero: você


"Eu quero me aninhar no teu peito, baby. Quero que você me conte bobagenzinhas enquanto escuto tua respiração. Quero sentir teu coração bater, ouvir tua risada, segurar tua mão por mais tempo, te entregar mais que dois sorrisos. Mais que um ruído. Eu quero espalhar beijinhos no teu rosto e passear, confusa, em você. Quero te ligar no meio da noite e ficar em silêncio até conseguir dormir outra vez. Quero que você me abrace. Que você sempre me abrace. Que caminhe ao meu lado segurando no bolso de trás das minhas calças. Quero saber a frequência com que pisca os olhos e decorar o que te faz franzir o nariz. Quero papos desconexos, propostas decentes e outras tantas avessas. Quero entrar no primeiro ônibus disponível e passar um dia inteiro num lugar onde sejamos estranhos. Quero te puxar pelos braços e que você recue para me pirraçar enquanto vai pintando poesia nos dentes. Quero que teu cruzar de pernas me inspire um texto e que você faça um carinho bom em minha nuca, me abraçando por trás enquanto me observa sentada ao computador. Quero que você me veja chorando ao cortar cebolas e sempre cante a música de Caetano, só para me ouvir te chamar de previsível e debocharmos juntos das mesmices que são só nossas. Quero que não me diga que sou ciumenta e não se importe com minhas melancolias mensais. Quero que a vodka tempere nossas brigas bobas, e que deitemos exaustos no colchão ali, no chão da sala, enquanto a vida corre do lado de fora da casa. Quero ver você dar risada da minha cara ao desistir de calcular o troco e não se importe em ir ao cinema nos horários mais improváveis. Quero que você se arrisque na cozinha só para me ouvir reclamar depois. Quero nossos beijos cítricos e tua língua tingida com o vermelho do que vai sempre arder em nós. Quero aquelas noites com a luz fraca, tua arte exata e minha busca imperfeita.Quero que você aumente o som quando começar a tocar uma música que eu goste. Quero te telefonar ao me deparar com algo que se pareça contigo. Quero te ver fechar o jeans, te puxar de volta para a cama, te fazer vacilar, burlar resistências. Quero pizza gelada enquanto te mostro meus filmes preferidos. Quero te fotografar até você arrancar a câmera das minhas mãos e fazer o mesmo comigo. Quero me rasgar aos pouquinhos para você, só para você. Quero que folheie um caderno meu e reclame porque não escrevo na linha. Porque não escrevo. Quero entender quando dói e fazer parar de doer. Quero te adivinhar com meus lábios. Quero te projetar: você-filme. Quero espernear. Quero que você bagunce o quarto e te olhar com minhas pálpebras egoístas que te guardam só para mim. Quero todo esse medo de abri-las para não te deixar escapulir. Quero te achar ridículo enquanto escuto você cantar ao chuveiro. Quero colo. Quero que você entenda minha euforia após o teatro. Que não se espante com minha sensibilidade. Que não sofra com minha insensibilidade. Que não soframos tanto, apesar das crises, raivinhas, impaciência e muita falta de sentido. Quero você na minha parede verde. Quero pintar nossa parede. Te borrar a roupa. Tomar banho na chuva, rolar na areia da praia. Quero decifrar tua chegada pela maneira como toca o interfone. Te cantar músicas bregas, caminhar pela praça. Não quero nada. Só preciso inventar uma palavra. Algo que te explique. E olhar para você mais um pouco, assim, sem querer. É uma ideia."
(Jaya Magalhães)

P.S.: Amei esse texto, não coloquei nada em negrito-as partes de que mais gosto- porque sinceramente,quem é que não quer tudo o que a autora diz ?Aff, é ótimo, adorei!

Beijoos,BAZZINGAAAAAAA

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tudo clareou: quem ama trata bem!



"Hoje eu queria falar um pouco de você, que tanto me doeu. Sabe, eu achava que era amor. Na verdade, eu queria que fosse. Fazia uma força tremenda, lutava contra tudo que existia em mim para conseguir ganhar tudo que havia dentro de você. Mais do que te querer, eu gostava da ideia de te querer. Não sei se alguma coisa foi de verdade ou se tudo existiu só dentro de mim.

Acreditei em cada palavra que você disse, em cada olhar que recebi lá no fundo de mim, no fundo dos meus olhos, no fundo do meu sentimento. Então, eu encostava a cabeça em alguma almofada do sofá e, de olhos abertos, ficava imaginando eu, você e nossa vida. E quando ia deitar você era meu último pensamento. E frequentemente eu adormecia com os olhos marejados ou chorando, por querer você por perto e aquela distância insistir em nos separar.

Demorei para perceber que a maior distância não era o fato de eu morar em uma cidade e você em outra, mas a maior distância é que eu tinha meu coração no meio dos dedos e queria te dar. E você fechou as mãos, fechou a cara, fechou a porta. E ninguém me entendia. E ninguém compreendia minhas maluquices. E ninguém se dava conta que meu comportamento era de uma mulher apaixonada, que queria estar perto, junto, que queria uma resposta.

Eu pensava como pode alguém que um dia disse que te queria agir dessa maneira? Fugir? Ser ríspido? Ser violento? Ser ignorante? Magoar e ferir propositalmente? Isso não é humano, não é real, eu repetia para mim. E todo mundo dizia para eu esquecer, para sair dessa, para tirar da cabeça. E você me mandou embora e eu quis ficar, eu queria ficar, meu Deus, como eu queria ficar! Ninguém entendia, nem eu me entendia, mas eu queria ir até o fim, queria ir até onde eu tinha forças, até onde existisse uma fagulha de sentimento. Eu pensava: enquanto existir sentimento vai existir coragem. E eu tinha coragem de sobra. Eu queria ficar. Eu queria você. Eu te queria desesperadamente. Eu precisava precisar de você.

Eu morria de esperança, de sonho e de dor. Vivia sonhando com o futuro, esquecendo de mim, da minha vida, de quem eu era, do presente. Insistia num futuro bom com você. Eu queria que você fosse a pessoa certa, eu tinha aquela certeza e pensava: se eu sofro tudo isso é por uma boa causa, é porque Deus ou Buda ou Alá meu bom Alá vai me recompensar. É porque algo bom está esperando por mim, cheio de sorriso e vida e alegria e tudo que eu quis e queria e vou querer.

Vivia naquele círculo maluco de sofrimento e pequenas alegrias que passavam mais rápido que as estrelas. Existe a realidade e o que a gente queria que fosse. E eu vivia no queria que fosse. Esqueci do mundo real, vivia você, sentia você, queria você. Aquilo me consumia, eu me doía inteira, pensava que era amor demais.

Quando você me repelia eu lembrava "mas aquelas palavras diziam muito". Aquele olhar que você me olhava. Aquilo tudo era real, eu sentia. Me apegava a isso. Era isso que me mantinha viva. Eu pensava é medo, é puro medo, é insegurança, é imaturidade, ele não sabe ser amado. E eu vivia arrumando desculpas para você e para a minha falta de sinceridade comigo mesma.

Então, tudo clareou. Quem ama trata bem. Quem ama pode até brigar, mas volta atrás e pede desculpa. Amar não é aquele sentimento doido que sufoca e quase mata. Isso é paixão. Quem te ama pode até magoar, mas percebe que fez o que não devia e volta e pede perdão e diz olha, eu não fui legal. E me dei conta que desculpas são só desculpas e que se você tem medo e não consegue ser amado e é covarde, problema seu, não meu. Porque eu tô aqui para ser feliz. Tô aqui para ser amada. Tô aqui para viver bem. Tô aqui para dormir encostada no peito de quem me ama. E acordar com um beijo de bom dia de quem eu amo.

Sabe, hoje eu vejo que nunca foi amor. Amor é o que eu sinto hoje. E ainda bem que sou correspondida. Não tem nada melhor do que um amor que é correspondido e é real."

Texto de Clarissa Corrêa; Bem Profundo,não é mesmo? Porque quem ama trata bem, não se iluda, clareie sua mente e seu coração, deixe-se sentir um amor verdadeiro, pois afinal, nós precisamos mesmo é de felicidade e não do contrário! Fica aí essa minha dica a partir da Clarissa!
Amei o blog dela; seus textos são demasiadamente profundos! Vou ficar sempre postando textos dela,espero que gostem,claro! ^^

Bjoos,gente,até a próxima!

terça-feira, 10 de maio de 2011

O poder de um amigo...

Qual o poder de um amigo?
Andei refletindo...
Sabe aqueles dias em que você tem vontade de “sumir do mapa”? Sem dor, sem lágrimas; sem despedidas, sem saudade... Pois muito bem, eis HOJE!
O querer ''de não existir'', o querer ''de chorar'', o querer ''de sumir'' e todos esses ''quereres'' relacionados à tristeza e a desespero nos dão uma angústia imensa, quase sem saída. Repito: QUASE SEM SAÍDA!
Pois aí, nesses momentos em que a única coisa passando pela sua cabeça é desaparecer-morrer, não sentir, não querer viver -eis que surge o amigo- tão estimado-, tinha que te ligar ou te mandar um scrap naquele seu momento de desgaste mental...
TINHA, tinha mesmo. Pois amigo parece que sente a gente, ou melhor, SENTE! Há nos amigos, para mim, uma espécie de “telepatia”: é sério, pensar nas mesmas coisas e ao mesmo tempo, ligar pro outro no momento em que ele mais precisa te ouvir, ou mandar um recado que o faça rir justamente no dia em que ele esteja triste não é coisa normal, É COISA DE AMIGO!
Portanto, aqui fica uma verdadeira dica para mim e que compartilho com vocês: se a dor bater na sua porta, se o desespero se fizer presente, ah, vá atrás daquelas fotos das quais você mais gosta, daquele depoimento lindo; puxe suas lembranças felizes com seus amigos, façam elas se fazerem presentes sempre... Vai, e busca de algum jeito os seus amigos, pois AMIGO que é amigo nos permite, mesmo sem saber, enxergar um sentido para viver. KAROLINE

Beijos, se cuidem, vou tentar também!(;

P.S.: Anninha, esta postagem é especialmente PRA VOCÊ, POR VOCÊ! ♥

Mais feliz


O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir como um rio
Como uma pedra que divide um rio
Me diga coisas bonitas
O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar, nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
P'ra transformar o que eu digo
Rimas fáceis, calafrios
Fure o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz

Composição : Dé/ Bebel Gilberto/ Cazuza
P.S: linda na voz de Adriana Calcanhotto

bjooos

domingo, 8 de maio de 2011

Então,trabalharei duro!

“Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo.
A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”.
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis.
Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”

Albert Einstein


P.S: AMEEEEEEI!! REFLITAAAM. Einstein foi show !^^

Força


"A vida é belíssima, mas não é tão simples vivê-la. Às vezes, ela se parece com um imenso jardim. De repente, a paisagem muda e ela se apresenta árida como um deserto ou íngreme como as montanhas.
Independentemente dos penhascos que temos de escalar, cada ser humano possui uma força incrível.
E muitos desconhecem que a possuem."

Augusto Cury


Ai, pessoal, ganhei o livro “Você é insubstituível”, de Augusto Cury; ainda não terminei de lê-lo, mas até agora uma das passagens com que mais me identifiquei foi essa aí! Espero que gostem, EU AMEI. Fico refletindo, refletindo e refletindo: o livro é profundo demais!
P.S.PARA ENTENDIMENTO DAS MINHAS AMIGAS: tinha que ser de um Augusto,não é,queridas ? kkkkkkkk

Beijos,beijos :)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Qual a sua "pele" ?


'Quem sou eu?' Às vezes me comparo com as cobras, não por serpentário ou venenoso, mas tão-só porque eu e elas mudamos de pele de vez em quando. Usei muitas peles nessa minha vida já longa, e é delas que vou falar.

A primeira de minhas peles que vale a pena ser recordada é a do filho da professora primária, Mestra Fininha, de uma cidadezinha do centro do Brasil.

Outra saudosa pele minha foi a de etnólogo indigenista. Vestido nela, vivi dez anos nas aldeias indígenas do Pantanal e da Amazônia.

Não os salvei e esta é a dor que mais me dói. Apenas consolam algumas poucas conquistas, como a criação do Parque Indígena do Xingu e do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

Pele que encarnei e encarno ainda, com orgulho, é a de educador, função que exerço há quatro décadas. Essa, de fato, foi minha ocupação principal desde que deixei etnologia de campo.

Eu investia contra o analfabetismo ou pela reforma da universidade com mais ímpeto de paixão que sabedoria pedagógica. Não me dei mal. Acabei ministro de educação de meu país e fundador e primeiro reitor da Universidade de Brasília.

Outra pele que ostentei e ostento ainda é a de político. Sempre fui, em toda a minha vida adulta, um cidadão ciente de mim mesmo como um ser dotado de direitos e investido de deveres. Sobretudo o dever de intervir nesse mundo para melhorá-lo.

Com a pele de político militante fui duas vezes ministro de Estado, mas me ocupei fundamentalmente foi na luta por reformas sociais, que ampliassem as bases da sociedade e da economia, a fim de criar uma prosperidade generalizável a toda a população.

Fracassando nessa luta pelas reformas, me vi exilado por muitos anos e vivi em diversos países. Minha pele de proscrito foi mais leve do que poderia supor.

Meu ofício naqueles anos foi de professor de antropologia e, principalmente, reformador de universidades. Disto vivi.

No exílio, devolvido a mim, me fiz romancista, cumprindo uma vocação precoce que me vem da juventude.

Só no meu exílio, nos seus longos vagares, tive ocasião e desejo de novamente romancear.

De volta do exílio, retomei minhas peles todas. Hoje estou no Brasil lutando pelas minhas velhas causas: salvação dos índios, educação popular, a universidade necessária, o desenvolvimento nacional a democracia, a liberdade. No plano político, fui eleito vice-governador do Rio de Janeiro e depois senador da República.

Essas são as peles que tenho para exibir. Em todas e em cada uma delas me exerci sempre igual a mim, mas também variando sempre.


Texto de Darcy Ribeiro publicado em 1995 no livro de sua autoria O Brasil como Problema

Ah,o poder da demonstração!

"Você se importa? Demonstre. Ainda não aprendi a ler pensamentos."



Renato Russo


^^

Faz-de-conta de tentativa de ida

"Mesmo quando as vidas aparentam se afastar, o sentimento da gente pode ignorar a palavra despedida, tantas vezes apenas um faz-de-conta de tentativa de ida que, apesar de anunciar, não sabe mais como ir embora.




 Quando o encontro é bom e tem lume não tem porta de saída: é pra sempre, de um jeito ou de outros, no coração."


Ana Jácomo





Adoro: mesmo que a saudade aperte,se o encontro é bom,não tem como esquecer,não adianta "faz-de-conta de tentativa de ida"; o sentimento permanece no coração! Karoline
Bjooos ;***

domingo, 1 de maio de 2011

Breve Caio!


"Ai chega a hora em que distribuo um segredo: o tudo que faltava, talvez seja você."


"E de novo te espero em desespero, outra paisagem, outros sabores, quem sabe o porteiro da noite batendo à porta dizendo ser você."


"Eu vou deixar pra lá, fingir que esqueci, agir como se não importasse. O que é verdadeiro, volta e quem tem que ficar, fica."


"Sente falta de si? – Não, de você. E dói."

"Andei, ando sentindo — imagine, que retrocesso emocional — carência afetiva das brabas."


"E substituímos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar."


"Quero você. Quero eu. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro..."


Caio Fernando Abreu