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domingo, 5 de junho de 2011

Príncipe e tirania


"A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer." Mário Quintana

"Sem mais ilusões pro coração, com o ar cético que nunca me fez bem, foi depois de um surto de saudade momentâneo que conclui: o que vivi não passou de uma verdade inventada. Sem sentido, abstrata, ilusória.
Logo eu, que glorifiquei tantas e tantas vezes mentiras sinceras, que até me interessavam. Até me deparar com essa situação desvirtuada a qual me vi devota. Uma confusão onde eu desenhava por cima da imagem real castelos e príncipes encantados - me esquecendo que onde há reino, há rei. E onde há rei, pode haver muita tirania. Injustiça também.
Minha mágoa se compôs em querer tanto acreditar que o carrossel de emoções que ora subiam, e por vezes vinham à terra, era de carne e osso e existente, que consistia em algo que poderia perecer ao tempo e à distância, quando na verdade, não. Chegava mais perto, e mesmo escutando cada palavra bela do que compunha o punhado de fantasias indiciosas, me deixava embalar pelo som das palavras angelicalmente grotescas que saíam da sua mandíbula articulada para me enganar. Sem nem ao menos prestar atenção nos sinais de insegurança que emitias, em sua índole contrabandeada, ou em sua fisionomia tão condizente com o que até mim se norteava. Seus falsos argumentos, suas desculpas já gastas, de tão esfarrapadas. E eu pegava no colo, e protegia, com zelo e cuidado, até mesmo cada erro do que um dia se voltaria contra mim. Todos esses teus medos, tão injustificados.
Sentir falta de uma mentira não é se enganar; fica mais fácil de se encarar de frente o vazio deixado e a ferida provocada, para então perguntar: aonde é que toda aquela chama foi parar? Sem nunca obter respostas, caída tão dentro do que nem ao mesmo existiu, e confundir o efetivo com ledo engano. Me pergunto pra onde se bandearam todos aqueles sonhos, tão infantis, ou minha ideologias, tão furadas e batidas. Sumiram, morreram, travaram. Empacaram. Enquanto toda essa inocência inadaptável queria firmemente acreditar, construía motivos para crer, a lógica se esvaia; a esperteza pegava carona, e a cova dos sonhos se via cada vez mais funda. Nas desculpas esfarrapadas, visão embaralhada e assistia então a: motivos altamente convincentes. E a novela, de tanto suspense se alimentava, suas pernas curtas corria com rapidez, e inflava, cada vez mais. Até se tornar uma bolha de camada tão fina, e de cunho insuportável, que estourou. De novo então o ar natural respirável, algumas não tão belas verdades na mente, e sonhos em reconstrução provisória. Cair fora do que ficou em ser lenda, e não se viu nem ao menos sombra ou vestígio do que passou, é abandonar o vício, e caminhar com alívio. Fichas para um carrossel de emoções, reais e apaixonantes, agora sim. "
Camila Paier

P.S: CAMILA PAIER ESCREVE PRA MIM, GENTE, só pode! *-*

Identifico-me muito com os textos dela, lindoooos!!^^

2 comentários:

Muito obrigada pela sua presença!Fica com Deus :)